sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ensaio


O “ensaio” é uma dança afro-rio-grandense, executada por homens, ao som de tambores, reco-reco e pandeiro. Os dançarinos formam duas fileiras, voltadas de frente para um oratório.

A dança ainda foi registrada em 1975, em Cristóvão Pereira, distrito de Mostardas (São José do Norte RS).

Ensaio de Promessa no Município de Mostardas

"Ao chegar no município de Mostardas, justamente no ano do Centenário da Abolição em 1988, deparei-me com uma das manifestações mais ricas do sentimento religioso afro-brasileiro no litoral do Rio Grande do Sul,o Ensaio de Promessa.

A origem e significado da palavra Ensaio perdeu-se no tempo e na memória. Contudo o Ensaio de Promessa que consiste em pagamento de promessas feitas por pessoas devotas à Nossa Senhora do Rosário, não importando a cor ou classe social e realizado pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Homens Pretos de Mostardas, é muito similar as congadas realizadas no resto do Brasil.

Engenho-novo

O Engenho-novo é uma dança popular do Nordeste, pertencente aos cocos de ganzá.

Homens e mulheres dançam em roda, soltos, cantando com o ritmo da embolada, batendo palmas: “Engenho-Novo, / Engenho-Novo, / Engenho Novo, / Bota a roda pra rodar”.

No sul do país (São Paulo e Minas Gerais) o engenho novo é uma dança diferente, também chamada guarapá.

Fonte: Pavilhao Literario Singrando Horizontes Blog

Enfiado

O “enfiado” é um dança do fandango valsado de São Paulo, semelhante à monada. Damas e cavalheiros, alternados, formam uma grande roda no salão. Começada a música, os cavalheiros movimentam-se no sentido dos ponteiros do relógio e as damas no sentido contrário.

Ao se moverem, o cavalheiro segura com a mão direita a mão direita da dama que está à sua frente. O cavalheiro segura então com a esquerda a mão esquerda da dama que vem em seguida, e assim sucessivamente. Formam-se com que os elos de uma corrente enfiados uns nos outros, pelo deslocamento dos pares, que vão entrando do lado em que dão a respectiva mão, ora à direita, ora à esquerda.

Segundo Rossini Tavares de Lima em Iguape SP o fandango se inicia com o “‘Bailado’, que se diz ‘infiado’. O violeiro toca e canta, enquanto os pares dançam enlaçados. Da segunda estrofe em diante, começam o ‘infiado’, isto é, vão formando a roda, com damas e cavalheiros, alternadamente. A seguir, as damas trocam de cavalheiros, sempre a dançar”.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Encruzado

0 "encruzado" é uma designação de um dos passos das danças cantadas do reisado de Viçosa, Alagoas. O nome deriva da figura coreográfica do dançador, que cruza as pernas, colocando a direita em frente à esquerda e vice-versa.

O reisado é um dos autos populares próprios da época natalina que se filia ao vasto ciclo de folguedos derivados das janeiras e Reis portuguesas, como as folias de Reis de São Paulo e do Rio de Janeiro, o bumba-meu-boi do Nordeste, o reis-de-boi do Espírito Santo, o boi-de-mamão, do Paraná e Santa Catarina, o boizinho do Rio Grande do Sul, e o boi-bumbá, da Amazônia.

Em Alagoas sincretizou-se o folguedo com outra dança dramática — o auto dos congos, apresentando por isso maior riqueza e encanto em sua indumentária, na música e coreografia que o tornam, assim diferente das versões do reisado de outras regiões do país.

Tais "peças" apresentam enorme variedade de passos, alguns individualizados ou batizados tradicionalmente: o passo do gingá, o curropio, o encruzado e os diversos sapateados (tropel rebatido, cavalo manco, etc.), outros sem denominação própria mas similares a danças de outros países, como o célebre passo dos cossacos das danças russas.

Fontes: Jangada Brasil; Dicionário da Música Brasileira - Art Editora.

Encomendação das almas

A "encomendação das almas" é uma procissão só de homens, realizada nas sextas-feiras ou segundas-feiras à meia-noite. Vestindo buréis brancos e capuzes, e ao som de flautas, violoncelos rabecas, matracas e campainhas, os penitentes dirigiam-se aos cruzeiros.

Cantando ofícios e ladainhas em voz alta e atordoante, faziam orações para os condenados à morte, os presos da cadeia, os perdidos nas matas e os mortos sem confissão.

A procissão, iluminada por velas cobertas com papel ou folha-de-flandres, tornava-se sangrenta quando estavam presentes os disciplinantes, que se açoitavam com chibatas de couro cru, fio de corda de linho com pedaços de prego e cacos de vidro.

Durante a procissão, as casas mantinham portas e janelas fechadas, pois, caso contrário, seus participantes arrebentavam a pedradas todos os objetos que vissem dentro das residências.

A procissão das almas foi observada por Auguste de Saint Hilaire (1779—1853) em Vila Rica de Albuquerque (atual Ouro preto), Minas Gerais, na quaresma de 1817.