quinta-feira, 28 de abril de 2011

Chorado

O chorado é uma dança da marujada, observada em Bragança PA, durante as festividades de São Benedito.
Não passa de um lundu-chorado, tipo de lundu que teve grande voga no século XIX, chegando aos salões.

Os dançadores se dispõem em círculo, do qual se destaca uma mulher que, batendo os pés no chão, se dirige ao rapaz escolhido para dançar, acenando-lhe com os dedos. Só um par dança de cada vez. Com ritmo do retumbão, a característica marcante da dança é o sapateado repicado.

O chorado foi observado no Vale do Rio Doce, no Espírito Santo. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Chocalho

O chocalho é um nome genérico para instrumentos de percussão, idiofones, de várias formas e materiais, tais como maracá, piano-de-cuia, caxixi, maçaquaia, paiá, pernanguma, xere etc.
O corpo oco é enchido com pedras, sementes etc., a fim de que, agitados, produzam um ruído que serve para marcar os passos de certos bailados populares e acompanhar a maioria das manifestações musicais brasileiras.

Quase todos os nomes de chocalhos no Brasil parecem de estrutura fônica onomatopaica. É um instrumento usado no acompanhamento de vários gêneros de música popular urbana, inclusive o samba, o que o torna de uso obrigatório nas baterias de escolas de samba.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Chimarrita

A chimarrita é uma dança do fandango do Rio Grande do Sul, de origem portuguesa (Açores e Madeira), já enraizada no Brasil em meados do século XVIII.
Do Rio Grande do Sul essa dança passou a Santa Catarina, Paraná e São Paulo, e às províncias argentinas de Corrientes e Entre Rios.

Em sua forma tradicional é dança de pares em fileiras opostas que utiliza passos de polca e lembra danças tipicamente portuguesas. A coreografia variou com o tempo e passou a incluir passos de valsa, com pares enlaçados.

Em São Paulo foi observada neste século a seguinte coreografia: homens e mulheres, em fileiras frente a frente, batem palmas, acompanhando o violeiro, colocado entre as filas. A seguir, ele entoa uma quadrilha e todos permanecem em silêncio.

Quando começa a entoar o estribilho, os figurantes o acompanham e valsam — cavalheiros tirando damas para dançar ou vice-versa. Concluído o estribilho, recomeçam as palmas, depois vem nova quadra do violeiro e assim sucessivamente.

A dança também é chamada chama-rita ou chamarrita, chimarrete, china-rita, limpa-banco.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Chilena

A chilena é uma dança do fandango rufado de Bananal SP e Estado do Rio de Janeiro. Tem esse nome pelo fato de ser dançada com esporas, o que lhe dá também inconfundível toque gaúcho. É Dança de roda, com um par destacado dançando ao centro.
A origem da "chilena" começou na descoberta do ouro, final do século 17, quando os bandeirantes estavam eufóricos a desbravar o país em busca de riquezas, momento em que surgem os tropeiros que viajavam meses no meio do mato, fazendo trilhas, até chegar ao lugar explorado. 

E quando caía a noite e a tropa resolvera descansar, sempre tinha um tropeiro com a viola nas costas disposto a por a turma toda pra dançar.

Chico-do-porrete

O chico-do-porrete é uma versão sul-rio-grandense pouco difundida de danças de esgrima, como o moçambique paulista, o maculelê da Bahia, o vilão de Santa Catarina e o tum-dum-dum do Pará,
O dançarino movimenta com destreza um bastão leve e depois, tendo-o depositado, no solo, executa sobre ele passos de chula. Informação recolhida em São Francisco de Paula, RS, por Paixão Cortes.

Chico

O chico é uma das danças do fandango do Rio Grande do Sul e de São Paulo.  Em Cananéia, SP, dança-se o chico em uma grande roda, ficando cada cavalheiro atrás de uma dama. Com o começo do canto dos violeiros, a roda gira no sentido dos ponteiros do relógio. As damas apóiam as mãos nos ombros, com as palmas voltadas para cima.
Cada cavalheiro segura as mãos da dama a sua frente. Quando o violeiro pára de cantar, os cavalheiros sapateiam e os pares giram, cavalheiro e dama trocando de lugar.

Com o reinício do cantos, o cavalheiro solta as mãos da dama que agora está atrás dele e pega as mãos da dama a sua frente e assim sucessivamente.

Chegança-de-mouros

A chegança-de-mouros é uma dança dramática ou folguedo popularizado no Brasil desde o século XVIII, aparecendo já nas festas realizadas na Bahia, em 1760, por ocasião do casamento de Dona Maria, futura rainha de Portugal (Maria I).
É representada ao ar livre, e foi descrita por Henry Koster (1793?—1827), Karl Friedrich Philipp von Martius (1794—1868) e Auguste de Saint-Hilaire (1779—1853), que citaram passagens realizadas na praia.

O assunto parece resultar de uma mistura de motivos tratados em romances, cavalhadas, alegorias e farsas burlescas: trata-se de uma luta entre dois grupos — cristãos e mouros, com os respectivos reis.

Chegança-de-marujos

Barca - Torrelândia, João Pessoa -  PB - 22/5/1938  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir
A chegança-de-marujos é uma dança dramática com enredo tragicômico de uma nau sem rumo. Os personagens são o tenente-general, o capitão-patrão, o imediato, o piloto, o capitão-de-artilharia, o médico, o capelão, o contramestre, o gajeiro, o vassoura e o ração — os dois últimos, personagens cômicos. Melo Morais Filho menciona também um personagem por nome surjão (cirurgião).

Chegança

A chegança é um dos mais antigos bailados folclóricos brasileiros, levado a efeito geralmente ao ar livre. O termo provém talvez da dança homônima portuguesa do século XVIII.
Outra hipótese considera-o originário de palavras náuticas como chegar (dobrar as velas à chegada do navio) e chegada (abordagem), “que por virem da mesma raiz de chegança fizeram com que, por etimologia popular, o nome desta dança pura passasse a bailado” (Mário de Andrade).