segunda-feira, 21 de março de 2011

Berrante

Berrante, também conhecido como chifre, corno ou buzina, é uma corneta feita de chifres de boi ou de outros animais. É uma espécie de buzina usada desde a antiguidade por pastores e atualmente por vaqueiros brasileiros e africanos para chamar o gado no campo ou no transporte por intermédio das comitivas.
É um instrumento muito eficaz na orientação, alarme e comando, e consiste num chifre longo em que a ponta é cortada para se soprar e com um orifício no meio; depende deste furo o equilíbrio, o acerto e a afinação do som.

Segundo Mário de Andrade, o berrante utilizado no Brasil teria surgido por questões econômicas — no seu Dicionário Musical Brasileiro, afirma: “Com a dificuldade monetária e comercial de se adquirir trompas de caça na Europa, o caçador fez o berrante”.

No entanto, é muito mais provável que a introdução do berrante no Brasil se deva aos escravos africanos, que em África usavam os chifres do olongo (cudo), que por natureza já é curvado em espiral.

O compositor alemão Richard Wagner, numa ópera da tetralogia O Anel do Nibelungo (Der Ring des Nibelungen), escreveu uma passagem especial para berrante, que é executado fora de cena, convocando ao palco guardas armados.

O instrumento também aparece no samba rural de São Paulo.

Fontes: Wikipedia; Enciclopédia Brasileira de Música,

Botija

A botija é um vaso de barro, bojudo e curto, com asa, usado como instrumento idiofone (1) de percussão. É segurado pela asa, e em seu gargalo é atritada uma moeda — o que produz som vivo e alegre.
Atualmente, a garrafa de cerveja vem substituindo o aparato. A botija foi trazida pelos escravos africanos do século XIX  e foi usada em rituais do calundu (candomblé, macumba).

No início do séc. XX era um dos instrumentos acompanhadores da chegança. Também chamada botijão, é usada no samba, baiano, desafio e embolada urbana.

(1) Idiofone: cujo som é produzido pelo próprio material de que é constituído.

Fontes: Dicionário de termos e expressões da música (Henrique Autran Dourado); Enciclopédia da Música Brasileira.

Berra-boi

O berra-boi é designação de dois instrumentos folclóricos muito comuns nas feiras do Nordeste, também chamados rói-rói, sonidor, zumbidor, zunidor.
1) Aerofone livre que consiste num cabo pintado, ligado por um cordel a uma tabuazinha oblonga (ou chapa de osso, marfim, metal ou matéria plástica) que soa pela deslocação do ar quando girada circularmente.

2) Idiofone, que soa por fricção, formado por um fragmento de madeira que funciona como cabo; numa das extremidades, untada de breu com cera de abelha, está amarrada uma corda de caroá, ligada na outra ponta a uma caixa de barro e papelão. Ao girar a caixa, há um atrito da corda no breu, produzindo um som semelhante ao de um carro de boi.

Segundo o blog "Poeira e Cantos", o berra-boi é um brinquedo feito de madeira, corda de caroá e barro, que se vende em qualquer feira livre do Nordeste. Produz um ruído grave, assemelhando-se ao mugido do boi.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira; Poeira e Cantos.

Berimbau

O berimbau é um instrumento musical constituído por uma vara em arco, de madeira ou verga, com um comprimento aproximado de 1,50m a 1,70m e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Na sua base é amarrada uma cabaça com o fundo cortado que funciona como caixa de ressonância. 
 O tocador usa a mão esquerda para sustentar o conjunto e pratica um movimentos de vai e vem contra o ventre, utilizando uma pedra ou uma moeda (dobrão), para pressionar o fio. A mão direita, com uma varinha, percute a corda.

Berimbau de boca

O berimbau é um instrumento idiofone (1), trazido para o Brasil pelos portugueses. Trata-se de um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo: arqueólogos encontraram, em um sítio arqueológico ao oeste da Ásia similares que seriam datados do século IV.
O aparato consiste de uma língua flexível de metal ou bambu ligada a uma estrutura. É conhecido por inúmeras culturas diferentes por no mínimo quarenta nomes diferentes.

O berimbau toca-se da seguinte maneira: coloca-se na boca a parte mais fina e fricciona-se a lingueta, produzindo variados sons. É utilizado principalmente pelas crianças. Também chamado marimbau, tanto esta designação quanto berimbau são ainda aplicadas ao urucungo ou berimbau-de-barriga.

(1) Idiofone: cujo som é produzido pelo próprio material de que é constituído

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira; Wikipedia.

Bastão-de-moçambique

O bastão-de-moçambique é um instrumento folclórico idiofone, de percussão por entrechoque. Feito de madeira, em geral guatambu, mede de 90 a 110 cm de comprimento por 2 a 3 cm de diâmetro. 
 Em alguns lugares, os moçambiqueiros fazem um furo na madeira, a um palmo de uma das extremidades, por onde passam uma fita, dando-lhe um laço para enfeitar. Noutros lugares, fazem desenhos a canivete.

No Museu do Ipiranga, São Paulo SP, existem os dois tipos. O bastão-de-moçambique tem dupla função: além de instrumento musical, quando se entrechoca com o de outro moçambiqueiro, ainda serve para desenhar no solo estrelas, quadrados ou outras figuras, em função do bailado do moçambique.

O bastão aparece também nas congadas paulistas e em outras danças.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Bansá

O bansá é um instrumento folclórico rudimentar, de cordas dedilhadas, trazido para o Brasil pelos escravos africanos.
Talvez seja o mesmo que "banza": instrumento folclórico de quatro cordas dedilhadas, de origem africana. A designação provém do quimbundo (uma das línguas de Angola) "mbanza", que significa banjo.

Não há maiores informações bibliográficas para as duas palavras na Enciclopédia da Música Brasileira, mas tudo indica que se trata do ancestral do atual banjo.

Segundo o Dicionário Aurélio, banza (do quimbundo) é uma guitarra africana, rústica, de quatro cordas.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; Dicionário Aurélio.