segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Alardo

Alardo é uma dança dramática do grupo dos folguedos de cristãos e mouros (chegança-de-mouros), existente no norte do Espírito Santo (Conceição da Barra, São Mateus, Itaúnas, Mucurici).

A festa, que também pode ser realizada no ciclo do Natal, estende-se normalmente por dois dias, 19 e 20 de janeiro. Consiste nas seguintes etapas: tomada das figuras; reverência dos cristãos aos santos; embaixadas (três de cada grupo); combates corpo a corpo; procissão da imagem; batismo dos mouros derrotados; compromisso dos festejos.

São utilizadas estas armas: espadas, lanças, alabardas, adagas, sabres e espingardas carregadas com pólvora seca. Os cristãos empunham uma bandeira azul, enquanto a dos mouros é vermelha.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Afoxé

Do Candomblé é um rancho negro que aparece na Bahia durante o Carnaval, com origem semelhante à do maracatu. Também conhecido como afoxê, afuxé e afuxê.

Para Alceu Maynard Araújo, esse rancho "seria o sagrado participando do profano no carnaval, porque o afuxé é uma obrigação religiosa que os membros dos candomblés, principalmente os de origem jeje-nagô, terão que cumprir, cuja saída no período momístico será feita ‘nem que seja por perto do terreiro".

Adarrum

Ritmo de atabaque usado nos candomblés para invocar o santo que demora a se manifestar. É rápido, contínuo, marcado em uníssono por todos os atabaques e também pelo agogô. 

No candomblé, cada santo tem seu toque. O adarrum é o ritmo característico de Ogum. 

É um ritmo "quente", rápido e contínuo e que lembra o galope frenético de um cavalo. Ele também é um ritmo executável pelos atabaques apenas, sem canto. A este som Ogum, deus da guerra e do ferro, deus violento e implacável, dança vestido de azul, de capacete e empunhando um facão, numa dança cheia de movimentos rápidos, abrindo os "caminhos" e "guerreando" com vigor.

Frevo

O frevo é uma dança surgida em Recife (PE) a partir dos últimos anos do séc. XIX, com a progressiva multiplicação das síncopas e do gingado rítmico das músicas de bandas militares, a fim de propiciar desarticulações de corpo dos capoeiras, que exibiam sua agilidade, abrindo os desfiles militares, com passos improvisados ao som das marchas e dobrados.

Segundo Renato Almeida, citando Mário Melo, surgiu da polca-marcha e teve sua linha divisória estabelecida pelo capitão José Lourenço da Silva (Zuzinha), ensaiador das bandas da brigada militar de Pernambuco.

A marcha tem um ritmo frenético e contagiante, que lhe confere o caráter de uma dança de multidão. Seu compasso é binário e o andamento, semelhante à marcha carioca, mas o ritmo é tudo.

Ainda conforme Renato Almeida, divide-se em duas partes e seus motivos se apresentam sempre em diálogos de trombones e pistons com clarinetas e saxofones. O grande interesse está na sua coreografia, individual, improvisada: os dançarinos raramente repetem um gesto ou atitude, mantendo sempre uma feição pessoal e instintiva de improvisação - o passo - originado no gingar dos antigos capoeiras. O passo, vindo a ser feita com a ajuda rítmica de velhas sombrinhas e guarda-chuvas, dava à massa dos dançarinos que evoluíam pelas ruas apertadas uma impressão visual de fervura, o que originaria a palavra frevo, como deverbal de frever, por ferver.

Maracatu

O maracatu é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana. Reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos representam personagens históricos (duques, duquesas, embaixadores, rei e rainha). O cortejo é acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão (tambores, caixas, taróis e ganzás).

O maracatu, da forma hoje conhecida, tem suas origens na instituição dos Reis Negros, já conhecida na França e em Espanha, no século XV, e em Portugal, no século XVI. Em Pernambuco, documentos sobre as coroações de soberanos do Congo e de Angola, na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Vila de Santo Antônio do Recife, são conhecidos a partir de 1674.