quarta-feira, 8 de junho de 2011

Guanazamba


O guanazamba é um grande atabaque, com 100 a 120 cm de comprimento, às vezes 150, e diâmetro aproximado de 40 cm, usado no acompanhamento da dança "tambu" ou jongo e do batuque em São Paulo.

O tocador senta-se sobre ele, batendo em cheio com as mãos, produzindo um som cavo, grave. Também conhecido com os nomes de caxambu, joão, pai-joão, pai-toco e tambu.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Guaiá

Maracá cubana de porongo
O guaiá é um instrumento folclórico de percussão, chocalho de origem africana. Espécie de maracá, feito antigamente de cuietê ou porongo (cabaça), é hoje fabricado com folha-de-flandres, em forma de dois cones ligados pela base, com um cabo oco.

Aparece também sob a forma de um caneco de latão tampado, com uma asa, ou então de uma cestinha de taquara, com alça, tendo às vezes uma chapa de latão numa das faces. Contém sementes, pedrinhas ou bolinhas de chumbo.

Em são Paulo é usado preferencialmente no jongo, batuque e samba-lenço. Sua função, quando balançado, é parar o ponto cantado ou dar um sinal para outro cantador recomeçar a música, com novo ponto ou desatando o anterior. Também chamado chocaio, angóia, anguaía, mineiro.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha

Guabiroba

A guabiroba é uma das danças do fandango valsado, encontrada em Picinguaba e Ubatuba, Estado de São Paulo.

Segundo o  iDicionário Aulete é "dança do fandango parecida com o cateretê".

Fontes: iDicionário Aulete; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha - 1998.

Grupo-das-baianas

O grupo-das-baianas, também conhecido como baianá, é um conjunto de moças pobres da cidade que dançam em locais denominados “cercados” e “latadas”.

De provável origem baiana, esses grupos existem nas regiões açucareira e jangadeira do Nordeste (Alagoas, Rio Grande do Norte) e também em São Paulo e Minas Gerais. Nestes dois Estados, sua aparição é explicada pelos grandes fluxos migratórios nordestinos.

Nascido provavelmente de uma mistura do pastoril com outras danças populares, o baianá apresenta maior riqueza musical do que coreográfica: suas melodias são alegres e divertidas, com versos glosando fatos do momento. As figurantes dividem-se em dois partidos: o azul e o encarnado.

Há uma diretora, uma mestra com apito para dar ordens, uma contramestra e uma embaixadora. Agrupadas as baianas em duas colunas, posta-se à frente de uma a diretora, enquanto à retaguarda fica a embaixadora; à frente da outra coloca-se a mestra, ficando a contramestra como cerrafileira.

Também costumam formar duas colunas de cinco baianas, diretora e mestra entre as filas, esta à retaguarda e aquela à dianteira. Quando dançam nessa disposição, mestra e diretora trocam de lugar durante a dança, por entre as fileiras, numa das mais repetidas figurações do bailado. Durante as evoluções, que são bastante simples, as baianas vão cantando e requebrando no ritmo profano ditado pelo terno-de-zabumba. Os músicos ficam sentados num banco à frente do grupo de baianas.

Durante a apresentação há três intervalos, para que as dançarinas descansem. É quando a mestra passeia, dançando entre os assistentes, angariando prendas, que consistem em cédulas de dinheiro espetadas por alfinetes em sua roupa.

A importância final é dividida entre as baianas. Cada vez que a mestra apita, há a interrupção do som dos zabumbas, para que ela apresente a nova peça, que é então repetida pelas dançarinas, afirmando o canto e fazenaó com que o terno volte a tocar.

Rossini Tavares de Lima registrou no bairro de São Francisco, em São Sebastião (litoral norte de São Paulo), uma variante denominada baianas: consiste num grupo de homens vestidos de mulher, trazendo na cabeça uma moranga (espécie de abóbora) e uma toalha branca, dançando ao som de viola, rabeca e sanfona.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Grimas


 
Instrumento folclórico idiofone, de percussão por entrechoque. As grimas são pequenos paus roliços utilizados no cucumbi e maculelê da Bahia.

De diâmetro variado e cerca de 30 cm de cumprimento, são empregadas nas cenas de luta e de saudação ao rei.

São semelhantes aos utilizados na dança portuguesa dos pauliteiros de Miranda do Douro. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Graxaim

O graxaim é uma dança de origem portuguesa registrada nos meios rurais luso-catarinenses.

No Rio Grande do Sul sobrevive como cantiga apenas: nela é cantada a décima (história versificada) do personagem-bicho homônimo.

Segundo o site santosdumontg7 é "motivo vivo musi-coreográfico que animou os galpões e bailongos pastoris dos primeiros decênios do século 20, na região dos Campos de Cima da Terra. 

Deu razão ao surgimento de alegre e sacudido tema dançante e de rica décima, cantada, inspirada na figura do mamífero silvestre que tem popularmente esse nome. Baile de par enlaçado do folclore, com mais de uma música com esse título."

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; santosdumontg7.

Granzal

O granzal é um instrumento folclórico de percussão feito de folha-de-flandres.

É uma espécie de maracá grande com um corpo esférico, contendo chumbo grosso de munição, na extremidade de um cabo.

Usado para marcar os passos de certas danças populares, como o coco.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Graciana

A graciana é uma dança do fandango valsado em São Paulo.

A exemplo do que ocorre na cana-verde, os pares formam duas rodas concêntricas. Os versos são cantados pelos dançarinos, e os violeiros limitam-se a acompanhar os desafios. Na roda, um homem canta um verso e dá um giro em torno de si próprio, no que é imitado pela parceira.

A seguir, é a vez do casal à esquerda, e assim sucessivamente, até que todos os participantes tenham cantado. Para encerrar a dança, cada violeiro canta uma quadrinha. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Gonguê

O gonguê (ou gongué) é uma palavra oriunda do quimbundo (uma das línguas de Angola) ngonge, nome pelo qual veio a ser conhecido no Nordeste o agogô iorubano, de uma só campânula.

Também recebe essa denominação, no Rio Grande do Norte, um pequeno atabaque usado em várias danças, como zambê, bambelô.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Gongom

O gongom é um instrumento folclórico trazido para o Brasil pelos negros africanos, possivelmente o mesmo que agogô.

Não há maiores informações bibliográficas.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Ganzá (2)

O ganzá é uma dança observada por José Veríssimo no Amazonas.

A designação surgiu a partir do instrumento homônimo, espécie de tambor, que acompanha o bailado.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Ganzá

O ganzá é a designação de três instrumentos de percussão:

1) cilindro de madeira oca de um metro, com pele de boi esticada numa das extremidades, à guisa de tambor, usado na dança homônima no Amazonas;

2) o ganzá, canzá ou caracazá é uma espécie de maracá cilíndrico de folha-de-flandres, fechado, e com um cabo. No Norte e Nordeste apresenta ainda formas de ovo ou pêra. 

Genericamente, é um chocalho, recebendo os nomes de ameié (Bahia), pau-de-semente (Natal RN), xiquexique (Minas Gerais), xeque ou xeque-xeque (Amazônia e Nordeste) e xaque-xaque. Aparece como marcador de ritmo nas congadas, no coco (coco-de-ganzá, principalmente) e em várias outras danças;

3) Na Bahia, ganzá se aplica ao reco-reco, canzá ou caracaxá, apresentando variadas formas e materiais. Como chocalho, é às vezes usado no acompanhamento de gêneros de música popular, principalmente no samba tradicional.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Gambá (2)

O gambá é uma das danças da mana-chica. Também dança observada em Varginha, Minas Gerais.

No Amazonas é dança indígena semelhante ao lundu, na qual os homens, castanholando e sapateando, giram em torno das mulheres que simulam fugir a um abraço. A dança é acompanhada pelo instrumento gambá (atabaque) e tamborins, com os instrumentistas puxando o canto. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Gambá

O gambá é um instrumento folclórico de percussão, espécie de atabaque usado na dança homônima no Amazonas. 

É um cilindro de um metro de comprimento, feito de madeira oca, com uma pele de boi em uma das extremidades. Toca-se montado no instrumento, batendo com as mãos abertas na pele esticada.

Segundo o blog Culturarte e Pesquisa: "Enquanto instrumento, o Gambá é um tambor produzido do tronco oco de uma árvore e da pele de animais silvestres, por isso o nome curi m'bó em tupi, ou madeira ôca que era tocado deitado no chão com o batedor sentado em cima e usando as mãos como se fossem as baquetas, a forma tradicional usada hoje. Os batuques são acompanhados de cantoria, que exalta a flora e fauna amazônica e a dança, sem marcação definida, é improvisada com movimentos soltos."

Fontes: Culturarte e Pesquisa: Mostra de Cultura Popular do Amazonas; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Galinha-morta

A galinha-morta é uma dança do fandango valsado do Rio Grande do Sul.

Segundo o Dicionário de Folclore Para Estudantes é "certa cantiga executada à viola ou ao violão (RS), e a dança que acompanha essa cantiga."

A Galinha Morta (João Simões Lopes Neto, 1865-1916)

Vou cantar a galinha morta:  /  Por cima deste telhado.
Viva branco, viva negro,  /  Viva tudo misturado!

Eu vi a galinha morta,  /  Agora, no fogo fervendo…
A galinha foi p´ra outro,  / Eu fiquei chorando e vendo!

Minha galinha pintada…  /  Ai! Meu galo carijó…
Morreu a minha galinha,  /   Ficou o meu galo só.

Minha Galinha pintada… / Com tão bonito sinal!
Meu compadre me roubou  /  Pelo fundo do quintal.

Minha galinha morta  /  Bicho do mato comeu:
Fui ao mato ver as penas,  /  Dobradas penas me deu.

A galinha e a mulher  /  Não se deixam passear:
A galinha o bicho come… / A mulher dá que falar!

Eu vi a galinha morta,  /  A mesa já estava posta;
Chega, chega, minha gente,  /  A galinha é p´ra quem gosta!

Minha galinha pintada,  /  Pontas d´asas amarelas:
Também serve de remédio  /  P´ra quem tem dor de canelas…

Fontes: Dicionário de Folclore Para Estudantes; Enciclopédia da Música Brasileira; Caldeirão Literário do Rio Grande do Sul.

Forró

O forró é uma abreviatura de forrobodó e forrobodança, de uso comum na imprensa pernambucana da segunda metade do século XIX, para designar o local onde acontecia determinado baile popular. 

O vernáculo é bem brasileiro, nada tendo a ver com "for all", como querem alguns descobridores de anglicismos.

Seu uso tornou-se comum na imprensa de Recife PE (América Ilustrada, nr. 25, 1882, e Mephistopheles, nr. 15, 1883), sendo classificado por Rodrigues de Carvalho (in Cancioneiro do Norte, Fortaleza, 1903) como “bailes da canalha” e por Pereira da Costa (in Vocabulário pernambucano, 1908) como “divertimento, pagodeira, festança”.

Folias

Folia de Reis, por exemplo, é um festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal, trazido para o Brasil ainda nos primórdios da formação da identidade cultural brasileira, e que ainda hoje mantém-se vivo nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país
 Folias são festas celebradas em homenagem a São Benedito, ao Espírito Santo (folia-do-divino) e aos Santos Reis (folia-de-reis).
Existentes em quase todo o país, consistem em bando de pessoas que, cantando, arrecadam donativos para a realização dessas festas.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Petiscoblog: Dia dos Santos Reis ou Folia de Reis.

domingo, 5 de junho de 2011

Folia-do-divino

A folia-do-divino (ou bandeira-do-divino) é um grupo de pessoas (ou bandos, ou ranchos) que percorrem as cidades e as zonas rurais, entoando cânticos de louvação e de peditório, carregando um estandarte com emblema religioso.

Angariam toda espécie de donativos para as festas do Divino Espírito Santo, realizadas dez dias após a quinta-feira da Ascensão. 

O folclorista Luís da Câmara Cascudo afirma que essas festas ainda existem nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás etc.

O bando se compõe apenas de homens, pertencentes a irmandades católicas que têm o Espírito Santo por patrono: um ou dois violeiros, encarregados dos cânticos, dois meninotes que tocam pandeiros e ferrinhos (triângulos), e às vezes um tocador de caixa; um porta-bandeira, que leva o estandarte em que está representado o patrono, chamado bandeireiro ou alferes-da-bandeira; um irmão encarregado da coleta de donativos, e um grupo de indivíduos que simplesmente integram o rancho.

Folia-de-reis

A folia-de-reis é um grupo coreográfico-musical de inspiração religiosa (católica), também conhecido por terno-de-reis ou santos-reis. Os componentes se auto- intitulam foliões, e o conjunto é chamado companhia, tripulação comitiva ou bandeira.
Informa Alceu Maynard Araújo: “A partir da noite de 24 de dezembro até 6 de janeiro ou 2 de fevereiro, os sítios e a cidade são percorridos por dois bandos de músicos que saem somente à noite, cantando e louvando o nascimento do Deus Menino e pedindo óbulos. Saem à noite, imitando os Reis Magos (...). O grupo destes representantes dos Reis Magos é chamado Folia-de-reis. A que percorre os sítio e fazendas, Folia-de-reis de caixa, e a que canta na cidade sem sair do rocio, é a Folia-de-reis de banda de música, ora chamada de Folia-de-reis de banda, ora de Folia-de-reis de música”.

sábado, 4 de junho de 2011

Fofa


A "fofa" era uma dança portuguesa do século XVIII, que chegou a ser dançada no Brasil. Segundo um testemunho da época, deixado pelo padre Bento Capeda, num texto sobre os jesuítas, datado de 1761, o padre Manuel Franco, do Colégio de Olinda PE, “dançava a fofa, que é dança muito desonesta, com mulheres-damas”.

História de mineiros e da fofa

A fofa, citada pela primeira vez no Folheto de Ambas Lisboas de sexta-feira, 6 de outubro de 1730, como sendo dança praticada ao lado do cumbé por pretos de Lisboa na Festa do Rosário de domingo, primeiro de Outubro daquele ano no Bairro de Alfama, estava destinada a ganhar tal aceitação em Portugal que pouco mais de trinta anos depois, em 1766, o viajante francês Dumouriez a consideraria "dança nacional", o que em 1777 seu patrício Duc Du Châtelet repetiria ao vê-la dançada pelo povo nas ruas da capital portuguesa, às vésperas da coroação da rainha D. Maria I: "O povo corria de um lado para o outro, cantando e dançando a foffa, dança nacional, executada aos pares, ao som de viola ou de qualquer outro instrumento; dança tão lasciva que se enrubece só de assisti-la, e nem teria coragem de descrevê-la".

Flautim

O flautim é um instrumento de sopro, menor, mais fino e de som mais agudo que a flauta.
É um instrumento musical da família da flauta, soando uma oitava acima da flauta soprano, da qual possui igual digitação. É constituído por um pequeno tubo de cerca de 33 cm de comprimento e um bocal.

Este instrumento foi introduzido na orquestra no século XIX, sendo usado na música erudita moderna. Produz o som mais agudo da orquestra.

É um instrumento de execução difícil, já que a dimensão pequena do tubo exigem uma embocadura e um sopro precisos. Além disso, suas chaves se encontram a uma distância extremamente pequena umas das outras.

Fonte: Wikipedia - A Enciclopédia Livre; Enciclopédia da Música Brasileira.

Flauta

A flauta é um dos mais antigos instrumentos de madeira, aerofone, tocado de duas formas: 1) mantido direito diante do peito e tomada a ponta na boca, chamava-se flauta a (de) bico, flauta de ponta etr.; 2) conservado em forma horizontal, premindo o flautista os lábios contra um orifício no corpo da flauta, davam-se-lhe os nomes de flauta travessa (transversal), flauto traverso (ital.), e outros.

Aparecem flautas de bambu na chula, reisado, congadas, quilombos etc., o pife de bambu ou metal no Norte e Nordeste, a flauta de latão nos cabocolinhos, e o afofiê.

A partir da formação do terno, com o violão e o cavaquinho, na segunda metade do século XIX, passou a constituir o instrumento solista de maior importância no estilo de tocar denominado choro, às vezes substituído pelo flautim.

A mais antiga flauta já descoberta pode ser um fragmento do fêmur de um jovem urso-das-cavernas, com dois a quatro furos, encontrado em Divje Babe na Eslovênia e teria cerca de 43 mil anos. A autenticidade desse fato, porém, é muitas vezes contestada.

Em 2008, outra flauta fabricada há pelo menos 35 mil anos foi descoberta na caverna Hohle Fels, perto de Ulm, Alemanha. A flauta de cinco furos tem um bocal em forma de V e é feita a partir de um osso de asa de abutre. Os pesquisadores envolvidos na descoberta publicaram oficialmente suas descobertas na revista Nature, em agosto de 2009. A descoberta é também a mais antiga já confirmada referente a qualquer instrumento musical na história.

Fontes: Wikipedia - A Enciclopédia Livre; Enciclopédia da Música Brasileira.

Ferra-fogo

O ferra-fogo era uma dança em que a música era entoada em coro pelos negros, fazendo as vezes de orquestra para os bailes dos senhores, no tempo da escravidão em Minas Gerais.

Há referências à sua existência em Goiás, como uma dança de roda ou de fileiras, em que os pares se encontram no centro, batem com os pés no chão, batem palmas, dão meia-volta, balanceiam, brincam, e em seguida o cavalheiro conduz a dama ao seu lugar.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Feliz-meu-amor

O "feliz-meu-amor" é uma das danças do fandango do Rio Grande do Sul, no século XIX. Não há maiores informações bibliográficas.

O fandango é denominação genérica de antigos bailes campestres, constituidos de danças sapateadas, executadas alternadamente com canções populares, com acompanhamento de viola.

Trata-se de danças portuguesas, alegres e ruidosas, trazidas pelos reinóis ou açorianos, as quais se arraigaram no Rio Grande, tomando feições características do meio.

Hoje essas danças estão quase abandonadas nos bailes populares, sendo praticadas, porém, nos centros de culto às tradições gauchescas, que existem em grande número em todo o território do Estado.

Fontes: Glossário de Expressões Gauchecas; Enciclopédia da Música Brasileira.

Feliz-amor

O "feliz-amor" é uma das danças do fandango do Rio Grande do Sul. Não há maiores informações bibliográficas.
Denomina-se genericamente "fandango" aos antigos bailes campestres, constituidos de danças sapateadas, executadas alternadamente com canções populares, com acompanhamento de viola. Atualmente o termo serve para designar qualquer baile ou divertimento.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; Glossário de Expressões Gauchescas.

Fede-a-breu

O "fede-a-breu" é uma tradição de origem portuguesa, registrada até 1912 em Natal, no Rio Grande do Norte, estendendo-se do dia de Natal ao de Reis.
Consistia na peregrinação de um grupo de boêmios pelas casas, para obter uma refeição improvisada, alegremente oferecida, seguindo-se recitativos e modinhas. 

Quando o homenageado se recusava a abrir a porta ao som da música e das aclamações cordiais, o grupo entoava o despique “Esta casa fede a breu / Nela mora algum judeu; / Se não é o dono da casa, / É algum parente seu”, o que ocasionava às vezes lutas e ferimentos.

Foi uma reminiscência das janeiras ou reis, de Portugal. O breu parece alusão ao período da Inquisição, quando era usado para ativar as fogueiras em que eram penitenciados os condenados.

Em 1938 observou-se em Coimbra, Portugal, no dia de finados, um acontecimento semelhante, onde os jovens entoavam o verso de despique do fede-a-breu em Natal. É possível que tenha existido em outras regiões do Brasil, embora disso não haja registro.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Faxineira

A “faxineira” é a dança do fandango valsado de São Paulo semelhante ao manjericão, mas em que os pares dão dois passos à frente e dois para trás.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Fandango (2)

Barca - Torrelândia, João Pessoa -  PB - 22/5/1938  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir
O "fandango" é o nome dado à chegança-de-marujos nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Amazônia, Ceará. É uma dança dramática com enredo tragicômico de uma nau sem rumo. Os personagens são o tenente-general, o capitão-patrão, o imediato, o piloto, o capitão-de-artilharia, o médico, o capelão, o contramestre, o gajeiro, o vassoura e o ração — os dois últimos, personagens cômicos. Melo Morais Filho menciona também um personagem por nome surjão (cirurgião).

Fandango

O "fandango" é a designação de todas as danças de roda adultas em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde significa baile popular, especialmente rural, com predominância do sapateado.
A denominação pode ser aplicada tanto ao baile em que se executam diversas danças, como ao conjunto de danças ou marcas, sendo estas últimas cada um dos trechos que formam uma dança.

Fado

O fado é uma canção popular portuguesa, de caráter triste e fatalista, de linha melódica simples, cantada principalmente em Lisboa e Coimbra, e originada do lundu do Brasil colônia.
Teria sido popular no Brasil antes da vinda da corte portuguesa. Como dança, sua coreografia seria semelhante à do lundu, sendo acompanhada por uma viola.

Levado para Portugal com os emigrantes que acompanharam João VI (1821), acabou por tornar-se forma musical popular daquele país. No Brasil, o fado desapareceu totalmente.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionário Aurélio.

Facão

Recife - PE, século XIX
Facão é a denominação de pequenas festas familiares de Recife, Pernambuco, na primeira metade do séc. XIX, em que predominava o canto de lundus e, na coreografia, umbigadas, chamadas pungas. Também chamado de canivete.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Faca maruja

A faca-maruja é uma dança de roda com figurantes masculinos e femininos, assinalada nas cidades de Caxias do Sul, Vacaria e Bom Jesus RS.

Os homens, enquanto dançam, trazem numa das mãos um copo com bebida e na outra, um facão. O entrechoque dos facões acentua a marcação do ritmo (3/4).

No transcorrer da dança, copos, facões e pares são trocados, e os dançarmos bebem até esvaziarem os copos.



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Estanco de música

No Brasil colonial, a música sacra era monopólio exercido indiretamente pelos bispos, através dos mestres-de-capela das catedrais ou sés, que obrigava outros mestres  a pagar determinada taxa para obter a licença de fazer ou dirigir música em qualquer uma das igrejas sob sua jurisdição. Com isso, o bispo obtinha maiores recursos financeiros para a música na sé.
Seu mestre-de-capela, que era pago pela Fazenda Real, fiscalizava a música nas igrejas, a fim de reprimir a penetração profana nos cantos.

O estanco da música foi objeto de formal reprovação por carta régia de 1706 e provocou longas polêmicas, entre as quais a que envolveu, em 1716, o bispo d. Sebastião Monteiro da Vide, da Bahia, que escreveu ao rei de Portugal solicitando permissão para recorrer ao papa, único capacitado, segundo ele, para legislar sobre matéria eclesiástica.

Foi amplamente praticado durante todo o período colonial, apesar das freqüentes determinações da administração da metrópole, ameaçando punir os transgressores.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Esquipado


O "esquipado" é uma dança do fandango rural sulino. Segundo a Enciclopédia Brasileira de Música não há maiores informações bibliográficas

No site "Vebetes.com.br" diz que os movimentos desta dança lembravam a marcha dos cavalos de sela e era conhecida nas regiões da passagem das tropas sulistas para a antiga feira de muares de Sorocaba, São Paulo.

Fontes: Verbetes.com.br; Enciclopédia da Música Brasileira.

Esquinado

O esquinado é uma dança de procedência africana que existiu na Amazônia, no Espírito Santo, Ceará, Piauí e Maranhão.

A explicação para a origem do termo está nesta descrição de Luís da Câmara Cascudo: “Damas de um lado e cavalheiros do outro avançam em passo rítmico, diagonalmente, em esquina”. Em dado momento os pares se chocam na altura dos ombros, o que aproxima coreografícamente o esquinado do bate-coxa.

Esquenta-mulher

O esquenta-mulher é um conjunto folclórico orquestral, também conhecido por terno-de-zabumba, composto de duas flautas de taquara, um bumbo, uma caixa-surda ou surdo e, por exceção, pratos.

Muito popular em Alagoas e Pernambuco, recebeu essa denominação porque, abrindo o desfile da cavalhada, acompanhando os quilombos e outras festas do interior onde haja dança, anima as mulheres que, ao ouvi-lo, acompanham a música, ficando “esquentadas”.

Variante do cabaçal, executa todas as melodias que caem no gosto popular e que seus músicos conseguem aprender de cor. 



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Espontão

O espontão é uma dança guerreira que acompanhava a procissão e festa de Nossa Senhora do Rosário, no Nordeste. O nome deriva de uma lança curta utilizada na dança e que era usada como distintivo por sargentos de infantaria franceses e italianos até fins do séc. XVIII.

Luís da Câmara Cascudo assinalou-a em 1943 e 1944 nas cidades de Jardim do Seridó e Caicó, Rio Grande do Norte.

Tem início na madrugada de 31 de dezembro, com um grupo de negros percorrendo as ruas ao som de três fortes tambores. Conduzem uma bandeira, espontões e uma lança, esta nas mãos do chefe, o capitão-da-lança. Defronte às residências, o grupo faz sua coreografia: agita a lança e os espontões, dá saltos e recuos. Não existe canto, pois se trata de um bailado de guerra.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ensaio


O “ensaio” é uma dança afro-rio-grandense, executada por homens, ao som de tambores, reco-reco e pandeiro. Os dançarinos formam duas fileiras, voltadas de frente para um oratório.

A dança ainda foi registrada em 1975, em Cristóvão Pereira, distrito de Mostardas (São José do Norte RS).

Ensaio de Promessa no Município de Mostardas

"Ao chegar no município de Mostardas, justamente no ano do Centenário da Abolição em 1988, deparei-me com uma das manifestações mais ricas do sentimento religioso afro-brasileiro no litoral do Rio Grande do Sul,o Ensaio de Promessa.

A origem e significado da palavra Ensaio perdeu-se no tempo e na memória. Contudo o Ensaio de Promessa que consiste em pagamento de promessas feitas por pessoas devotas à Nossa Senhora do Rosário, não importando a cor ou classe social e realizado pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Homens Pretos de Mostardas, é muito similar as congadas realizadas no resto do Brasil.

Engenho-novo

O Engenho-novo é uma dança popular do Nordeste, pertencente aos cocos de ganzá.

Homens e mulheres dançam em roda, soltos, cantando com o ritmo da embolada, batendo palmas: “Engenho-Novo, / Engenho-Novo, / Engenho Novo, / Bota a roda pra rodar”.

No sul do país (São Paulo e Minas Gerais) o engenho novo é uma dança diferente, também chamada guarapá.

Fonte: Pavilhao Literario Singrando Horizontes Blog

Enfiado

O “enfiado” é um dança do fandango valsado de São Paulo, semelhante à monada. Damas e cavalheiros, alternados, formam uma grande roda no salão. Começada a música, os cavalheiros movimentam-se no sentido dos ponteiros do relógio e as damas no sentido contrário.

Ao se moverem, o cavalheiro segura com a mão direita a mão direita da dama que está à sua frente. O cavalheiro segura então com a esquerda a mão esquerda da dama que vem em seguida, e assim sucessivamente. Formam-se com que os elos de uma corrente enfiados uns nos outros, pelo deslocamento dos pares, que vão entrando do lado em que dão a respectiva mão, ora à direita, ora à esquerda.

Segundo Rossini Tavares de Lima em Iguape SP o fandango se inicia com o “‘Bailado’, que se diz ‘infiado’. O violeiro toca e canta, enquanto os pares dançam enlaçados. Da segunda estrofe em diante, começam o ‘infiado’, isto é, vão formando a roda, com damas e cavalheiros, alternadamente. A seguir, as damas trocam de cavalheiros, sempre a dançar”.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Encruzado

0 "encruzado" é uma designação de um dos passos das danças cantadas do reisado de Viçosa, Alagoas. O nome deriva da figura coreográfica do dançador, que cruza as pernas, colocando a direita em frente à esquerda e vice-versa.

O reisado é um dos autos populares próprios da época natalina que se filia ao vasto ciclo de folguedos derivados das janeiras e Reis portuguesas, como as folias de Reis de São Paulo e do Rio de Janeiro, o bumba-meu-boi do Nordeste, o reis-de-boi do Espírito Santo, o boi-de-mamão, do Paraná e Santa Catarina, o boizinho do Rio Grande do Sul, e o boi-bumbá, da Amazônia.

Em Alagoas sincretizou-se o folguedo com outra dança dramática — o auto dos congos, apresentando por isso maior riqueza e encanto em sua indumentária, na música e coreografia que o tornam, assim diferente das versões do reisado de outras regiões do país.

Tais "peças" apresentam enorme variedade de passos, alguns individualizados ou batizados tradicionalmente: o passo do gingá, o curropio, o encruzado e os diversos sapateados (tropel rebatido, cavalo manco, etc.), outros sem denominação própria mas similares a danças de outros países, como o célebre passo dos cossacos das danças russas.

Fontes: Jangada Brasil; Dicionário da Música Brasileira - Art Editora.

Encomendação das almas

A "encomendação das almas" é uma procissão só de homens, realizada nas sextas-feiras ou segundas-feiras à meia-noite. Vestindo buréis brancos e capuzes, e ao som de flautas, violoncelos rabecas, matracas e campainhas, os penitentes dirigiam-se aos cruzeiros.

Cantando ofícios e ladainhas em voz alta e atordoante, faziam orações para os condenados à morte, os presos da cadeia, os perdidos nas matas e os mortos sem confissão.

A procissão, iluminada por velas cobertas com papel ou folha-de-flandres, tornava-se sangrenta quando estavam presentes os disciplinantes, que se açoitavam com chibatas de couro cru, fio de corda de linho com pedaços de prego e cacos de vidro.

Durante a procissão, as casas mantinham portas e janelas fechadas, pois, caso contrário, seus participantes arrebentavam a pedradas todos os objetos que vissem dentro das residências.

A procissão das almas foi observada por Auguste de Saint Hilaire (1779—1853) em Vila Rica de Albuquerque (atual Ouro preto), Minas Gerais, na quaresma de 1817.