quinta-feira, 28 de abril de 2011

Chegança-de-marujos

Barca - Torrelândia, João Pessoa -  PB - 22/5/1938  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir  ouvir
A chegança-de-marujos é uma dança dramática com enredo tragicômico de uma nau sem rumo. Os personagens são o tenente-general, o capitão-patrão, o imediato, o piloto, o capitão-de-artilharia, o médico, o capelão, o contramestre, o gajeiro, o vassoura e o ração — os dois últimos, personagens cômicos. Melo Morais Filho menciona também um personagem por nome surjão (cirurgião).
Alguns participantes, vestidos de marinheiro e carregando nos ombros pequeno navio de velas içadas, desfilam no centro de um cortejo, que atravessa as ruas dançando e cantando uma marcha. Enquanto caminham, os personagens imitam o andar balançado, característico dos marujos de longo curso, e vão entoando uma canção que prenuncia os combates.

Chegados a um ponto determinado ou a uma casa, o navio é depositado, e começa a representação. O contramestre, de chapéu na mão, apresenta sua infantaria, e o auto desenvolve-se em torno do navio, sob a direção do capitão, que marca com apitos o início e o fim de cada um dos numerosos episódios, às vezes mesclados com fatos relativos a lutas contra os mouros. Isso ocorre no Ceará, na Bahia e na Paraíba, enquanto que em Pernambuco e Rio Grande do Norte não aparecem mouros nem lutas.

Num desses episódios, os marinheiros “cosem o pano” (isto é, cosem a vela do navio que havia sido destruída pela tempestade), após fingirem luta; no fim, há o episódio do gajeiro, durante o qual são cantados os versos da Nau catarineta, de origem portuguesa.

Embora em certas localidades se recitem loa e, em outras, tudo seja cantado, existe sempre unidade de ação: a história de uma nau em perigo de naufrágio. Às vezes ocorre uma briga, e os marujos terminam lastimando-se da vida no mar. Por fim, a nau segue viagem, e todos cantam despedidas para irem dançar em outro lugar.

Nos antigos fandangos de Pernambuco, havia uma cena final do aparecimento do Diabo, que se apossava do gajeiro da gata (marinheiro da gávea do mastro da mezena). No Rio Grande do Sul, o gajeiro recebe o nome de chiquito, por ser sempre representado por um jovem (castelhano chico). Também chamada marujada, fandango, nau-catarineta, barca. 

Fontes: http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/missao/fotos/foto_45.html; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

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