sábado, 23 de abril de 2011

Catimbó

Cerimônia do catimbó fotografada por Luis Saia em 19/5/1938 - João Pessoa (PB) - ouvir  ouvir  ouvir
 O catimbó é um culto religioso popular brasileiro, comum no Norte e Nordeste. Ao lado da pajelança, do candomblé-de-caboclo e talvez do tambor-de-crioulo, constitui um grupo de religiões populares intimamente aparentadas, pela utilização de elementos ameríndios.
Este aspecto, por sinal, é o fator mais característico desse culto baseado na adoração e invocação de entidades sobrenaturais chamadas mestres. São espíritos ou criações místicas, com a designação de caboclo (índio) anteposta ao nome. Essas entidades também podem ser divinizações de antigos chefes de culto (igualmente chamados mestres) já falecidos.

Cânticos invocatórios colocam os mestres sobrenaturais em contato com os fiéis, principalmente através dos mestres terrenos e de outros iniciados e crentes, dos quais se apossam.

Mário de Andrade observa que esses cânticos iniciais são “peças vulgares, impregnadas do melodismo tonto das cantorias católico-brasileiras” e que as melodias, denominadas linhas, são em geral “de rítmica muito livre, legítimos recitativos”. De andamento lento, “deixam o ser eminentemente indeciso, vago, cismarento — o que concorda mais com o estado psíquico propicio às manifestações do baixo espiritismo”.

A coreografia praticamente não existe no catimbó, ao contrário do que ocorre nos cultos fetichistas de origem africana, em que são executadas frenéticas danças rituais pelos possuídos. O acompanhamento emprega predominantemente o maracá, cuja função, para Mário de Andrade, é de “evidente significação exorcista”.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

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