quinta-feira, 14 de abril de 2011

Capelinha-de-melão

A capelinha-de-melão é um pequeno auto do Rio Grande do Norte, com cânticos pastoris e danças, realizado na noite de São João. 
Acompanhado por orquestra de violão, rabeca e clarineta solista (atualmente incluem-se sanfona e pandeiro), um grupo de moças, em número par, exibe-se num tablado ao ar livre, com roupas e sapatos brancos, tendo à cabeça uma capelinha de flores de melão-de-são-caetano, em torno de um diadema enfeitado com papel crespo. 

 Cada dançarina possui uma tira larga de cetim (hoje substituído por papel crepom), vermelho ou azul, que, partindo do ombro esquerdo, termina por um grande laço na cintura direita. Estão elas divididas em duas alas, entre as quais caminha a Diana, figura clássica, com faixas azul e vermelha entrecruzadas no busto. 

As participantes cantam e dançam, tendo à mão uma lanterninha com vela acesa e uma bandeirola com a efígie do santo. Depois que sobem ao palco-tablado, deixam as lanternas, mas continuam segurando as bandeirinhas. 

O bailado tem de oito a dez partes, com coreografia e cantos próprios, terminando todas com o estribilho: “Capelinha de melão / é de São João, / é de cravo, é de rosa, / é de manjericão” — que também é canto dos foliões da capela. 

No fim da última parte, duas dançarínas retiram o diadema da cabeça e, substituindo-o por panos enfeitados com moedinhas de papelão dourado ou canutilhos, assumem aspecto de ciganas (hoje substituídas por baianas): com uma bandeja na mão, percorrem a platéia masculina pedindo esmolas, ao som de um canto, respondido em coro pelas que permaneceram no tablado. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

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